Dê comida aos peixes por favor. Nem sempre estou por aqui para alimentá-los.

Grato pela gentilza.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ciclo dos Arremessados



Parte I

Jogado

Lançado ao mundo
Sem nenhum cuidado
Caído na terra
estropiado
Abandonado no tempo
enviesado
Arremessado aos ares
desvairado


E quando me pedem
que me refira a algo
seja o foco,
seja presente
seja futuro,
aqui ou lá
em cima, em baixo
de onde falo o que falo


Eu não sei!


Parte II


Eu não sei

Não nasci!
Fui lançado,
No peito
de quem chora
De quem ri,
quem lamenta
 

Em/De tantos lados
que acabo vendo,
que não há lados...

 Só um círculo/circuito
tão grande
que parece
ter tantas faces
que nem se entende
se é circular,
 

E me perguntam
se entendo
daquilo que digo


Não!


Parte C

Não

E dói  
ver o que não se entende
sentir o que não se fala
amar o que não existe
a ninguém,
nem a mim!


Nem a Mim!

Há um turbilhão incessante
Mais rápido
que o entendimento
 

Vejo faíscas,
temo pelo meu corpo
Realidades em choque
disrupção do contínuo normal
 

não há freios
nesse desconforto

vou parar de procurá-los...

me perdoem agora
por não pensar
por hora



Parte 4
Ou (Pós Ciclo dos Arremessados)


Arremesso inerte

Sem pensar
Só fluir
Voar, flutuar
Entender?
Pra que?
Vou viver
Em movimento
Sempre estive
E perguntar
Dos porquês
Só travou
A viagem
De uma vida
Entre outras

Um comentário:

  1. Não necessita entendimento aquilo que se faz verdade em sentido.
    E eis que acordas lançando do peito as inquietudes que mal cambem em si.
    Floreia a manhã, movimenta o dia.





    "Em/De tantos lados
    que acabo vendo,
    que não há lados...
    Só um círculo/circuito
    tão grande
    que parece
    ter tantas faces
    que nem se entende
    se é circular."

    Carta O Mundo

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