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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Resenhando meu Carnaval (1ª parte)

Bom dia caros leitores,
Trago para vocês uma experiência que tive nesse ano e que me trouxe muita alegria.
Eu construí o que, para mim, significa Carnaval.
Eu sempre pensei no Carnaval com a época de festa e ponto, mas aprendi a perceber o que é o sentido real do carnaval, e isso se deu vivendo esse fenômeno cultural brasileiro, em sua versão carioca nos blocos de carnaval desse ano de 2010.
Aprendi que o valor maior, presente nessa festa, é a liberdade, que não quer dizer necessariamente libertinagem, essa última eu entendo com uma faceta possível da liberdade e que está presente sim no carnaval, mas o sentido mais amplo da liberdade foliã do carnaval aspira a um certo tipo de inocência, de alegria boba, desprendida e contém uma dimensão plena de entrega.
Estava conversando com o André (blog mundaneidades) sobre como, dentro de alguns blocos de carnaval, essa liberdade se manifesta na sua forma mais pura, como no Carmelitas de sexta do qual acabávamos de acompanhar naquele dia.
Falávamos sobre como as brincadeiras, as vezes infantis, suscitavam sorrisos, igualmente pueris, e a gente sentia como que o coração bater no ritmo da melodia entoada e os pés se moviam no ritmo que o coração estava.
E por isso não mais andávamos, mas marchávamos, ao som da banda que tocava e da marchinha que nos contagiava.
E também notamos que aquela sensação se desfazia quando estávamos fora do bloco.
A Lapa, naquela noite de sexta, sem blocos de carnaval (no rio não há blocos noturnos pelo que sei), era a mesma Lapa de sempre, só que com muito mais gente, mas todos no seu ritmo... sem pular, sem marchar, cantar, só estavam por lá.... a andar, conversar, paquerar.
E me perguntei o que era isso. Ao que prontamente Bentinho(blog mundaneidades) me dá uma resposta linguisticamente fundamentada. Me contava ele, que o termo folia, que no nosso Brasil representa festa ou alegria, remete a um termo francês, folie.P porém este termo pode também ser traduzido como "loucura".
E, segundo ele, é essa loucura temporária que nos acomete nos blocos, onde deixamos de ser Luiz, André, Joaquim ou José e nos transformamos em crianças, em palhaços, em fantasia, em máscaras, em sorrisos e abraços (free hugs, heheh). Somos embebidos numa alegria enebriantes e todos passamos a pulsar num só ritmo, numa harmonia que nos leva e nos encanta.
E depois de entender isso, a cada momento eu fui aprendendo melhor o que era essa folia (alegria ou loucura) de Carnaval, sentindo a cada bloco - com um "sentido"novo - os sorrisos, os abraços, os beijos, o carinho de quem passa e pede licença ou que diz bom dia.
Daqueles que olham sua fantasia e riem, e te elogiam ou lhe borrifam água no calor nos assolou nesse Carnaval.
Daqueles que se contagiam da santa loucura sem nem saber que o fazem e que por isso mesmo estão mais aptos a sentir o sabor da vida mais leve e doce e desprendida que se vive nessa época.
Daqueles que, a plenos pulmões, gritam!

"AAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhh, o Carnaval!"

Naquela época do ano que você faz coisas que um dia contará aos seus netos, e eles contarão aos netos deles e enfim você se tornará um ser imortal, atemporal, a quem alguns carinhosamente chamam Folião!